A Associação Juízes para a Democracia manifesta seu pesar em face do falecimento da pesquisadora Adriana Abreu Magalhães Dias.
Mestre e Doutora em Antropologia Social pela Unicamp, Adriana destacou-se por pesquisar, monitorar e etnografar, por 15 anos, o movimento neonazista, com foco em seu uso político na WEB.
Foi a partir do trabalho fundamental de Adriana Dias que o Brasil se deparou com o surpreendente crescimento de 270,6% de células de grupos neonazistas no Brasil entre janeiro de 2019 e maio de 2021.
Adriana Dias também foi a responsável por encontrar, em 2021, uma carta elogiosa assinada por Jair Bolsonaro, endereçada a um site neonazista, publicada em 2004.
Além de seu trabalho de fundamental importância na compreensão dos grupos e movimentos de extrema direita no Brasil, Adriana também fundou e coordenou o Comitê Deficiência e Acessibilidade na ABA - Associação Brasileira de Antropologia e na ANPOCS – Associação Nacional de Pesquisadores em Ciências Sociais. Trabalhou, ainda, como consultora na área de desenvolvimento de políticas públicas para pessoas com deficiência (desde 1993) e doenças raras (desde 2008).
Adriana Dias – pesquisadora, acadêmica e militante dos direitos humanos – deixa um legado de competência, coragem, humanidade e obstinação no trato de temas difíceis e na luta contra o ódio e a discriminação, e serve de exemplo e inspiração para toda uma geração de pesquisadores, estudantes, ativistas e todas as pessoas engajadas na luta antifascista.
Por ocasião do prematuro falecimento, a Associação Juízes para a Democracia – AJD se integra ao coro de entidades e pessoas que lamentam a perda tão sentida para prestar as merecidas homenagens e se solidariza com todos os amigos e familiares de Adriana Dias.
Adriana Dias, presente!
