A AJD (Associação Juízes para a Democracia), ciente dos últimos atos ocorridos na Bolívia, que determinaram a renúncia do presidente eleito Evo Morales, vem a público reiterar seu compromisso intransigente com a democracia, cujo pressuposto mais elementar é o respeito à escolha popular realizada através do voto.
A soberania nacional é incompatível com interferências externas que de algum modo compactuem ou estimulem o uso das forças policial e militar, para disseminar o terror entre a população e viabilizar um golpe de estado.
O convívio democrático pressupõe respeito às diferenças políticas, ideológicas e religiosas, à soberania nacional e às instituições do país. Honduras, Paraguai e Brasil já foram alvos de golpes que, sob vestes diversas, tem em comum o completo desrespeito aos pleitos eleitorais e a subversão da funcionalidade de instituições que garantem a democracia nesses países. Agora foi a vez da Bolívia.
A AJD repudia todo ato que intenta desprestigiar, ignorar ou subverter regras de convívio democrático, a fim de impor política de austeridade, alinhada com a lógica do entreguismo e da produção de miséria. Prestamos nossa solidariedade à população da Bolívia. Estamos atentos e seguiremos denunciando atos de violência simbólica e real contra os povos da América Latina.