Nova edição do jornal da AJD lança provocação sobre o futuro da infância no Brasil. Leia aqui

A partir desta quinta-feira, 12 de novembro, está disponível no site da AJD mais uma edição do jornal da entidade – o número 86, do ano 20.  O tema central da publicação é a “cruel realidade da infância no Brasil”, com artigos escritos pelas juízas Daniela Muller, do TRT-1 (RJ), Ana Cristina Borba Alves, da Vara da Infância e da Juventude do TJ-SC, Ana Carolina Bartolamei Ramos, da Vara de Execuções Penais do TJ-PR, Karla Aveline, da 3ª Vara da Infância e Juventude de Porto Alegre do TJ-RS, e o juiz José Antonio Correa Francisco, do TRT-11 (AM). Outros dois textos, da juíza federal Claudia Maria Dadico, do TRF-4, em Santa Catarina, e Simone Naci, da Vara Criminal em Nova Friburgo (TJ-RJ), tratam da questão do desencarceramento.

 

A imagem de capa, do fotojornalista Fernando Souza, ilustra o abandono e a realidade cruel da infância no Brasil. Ela foi feita em 2009, quando Fernando estava indo para casa e passava pelo bairro de Ipanema, na zona sul do Rio de Janeiro. Chovia muito e ele viu a criança sentada no meio-fio. “O sinal estava fechado, mas ele (o garoto) não estava jogando as bolinhas para o alto. Estava triste, cabisbaixo. Algumas pessoas repararam na cena e deram uns trocados a ele. Acho que quase o vi chorar”, relata Fernando Souza no blog La Fotometria, onde publicava imagens que fazia com pequenos relatos.

 

Passados 11 anos da imagem capturada pelo fotógrafo, o que mudou na vida de crianças e adolescentes como o da foto? E tantos outros, que vivem sob viadutos e nas ruas em lares improvisados? E aqueles que a sociedade teima em chamar de “menores”? Os artigos publicados nesta edição do jornal da AJD provocam, instigam e questionam.

 

“A escolha das crianças que podem ser amadas e cuidadas e daquelas que serão enxotadas dos restaurantes em que estaremos festejando nossa vida confortável e protegida, como menciona Daniela [Muller, em seu artigo], revela o deliberado propósito necropolítico de cancelar o futuro de uma parcela importante da população brasileira”, afirma o texto do editorial. “Enquanto Ana Cristina [Borba Alves] chama a nossa atenção para a importância de aplicar integralmente o Estatuto da Criança e do Adolescente, para que essas pessoas em formação sejam realmente ‘protagonistas sociais capazes de construírem as suas próprias histórias’”.

 

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