Foi lançado nesta semana o Observatório Cidade Integrada, uma iniciativa do Instituto de Defesa da População Negra (IDPN), mas que também envolve uma série de outras organizações e movimentos de favelas do Rio de Janeiro. O objetivo do Observatório é trabalhar a dimensão da responsabilização do Estado e a violação a direitos coletivos e difusos, sem deixar de observar as violações individuais.
Em entrevista ao portal G1, Joel Luiz Costa, coordenador do IDPN, afirmou que “o objetivo não é a responsabilização do tenente A ou sargento B, o policial é um instrumento menor na execução de uma política de poder e controle que é muito maior que ele. Nós queremos reforçar que esse tipo de ação, enquanto estratégia de segurança pública, além de ser um fracasso, é um projeto violento e violador com toda uma comunidade".
O Cidade Integrada é visto como um substituto das fracassadas Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs). A nova cartada do Governador Claudio Castro irá completar 1 mês no dia 19 de fevereiro (sábado). O projeto iniciou com uma ocupação militar das favelas do Jacarezinho e do Muzema, Zona Norte e Zona Oeste do Rio de Janeiro respectivamente. Somente no Jacarezinho foi utilizado um efetivo de 1.200 policiais.
Neste período a nova proposta de segurança pública já acumula uma série de denúncias a respeito de abusos das forças do Estado.
Participação da AJD
Na quinta-feira (17) houve uma reunião virtual do Observatório Cidade Integrada, a Associação Juízes para a Democracia participou como uma das entidades interessadas na iniciativa. Na ocasião foi debatido quais serão as finalidades do Observatório e a divisão de grupos de trabalho.
Cristiana Cordeiro, Presidenta da AJD, elencou a necessidade de se pensar o que outras entidades e movimentos, além dos que já fazem parte do Observatório, já estão fazendo, seja para consolidação, articulação conjunta ou possível interlocução.
A Associação Juízes para a Democracia vai contribuir em dois grupos de trabalho: 1 – Acolhimento, recebimento de denúncias e atendimento; 2 – Articulação, incidência (mídia e ações coletivas) e monitoramento de ações de moradia e econômicas. Os demais grupos são Mobilização Territorial e Comunicação, Produção de Dados e Captação e Gestão de Recursos.
Entre as organizações que articulam o Observatório Cidade Integrada estão Conectas, Redes da Maré, CESeC, MPF, IDMRJ, Fiocruz, Lab Jaca, GENI/UFF, Jacaré Basquete, Fórum Social de Manguinhos, Casa Fluminense, NAPAVE, PPGSD/UFF, Conselho Comunitário de Manguinhos e Justiça Global.