Na manhã desta quarta-feira (18), a juíza Suely Filippetto encontrou o Presidente da Câmara de Vereadores de Curitiba, Tico Kusma, e a vereadora Professora Josete (PT-PR). Suely representou a Associação Juízes para a Democracia ao entregar um ofício que defende o mandato do Vereador Renato Freitas (PT-PR), que corre o risco de ser cassado.
O documento afirma que a cidade de Curitiba "foi construída por indígenas, brasileiros de distintas localidades, tropeiros, europeus, asiáticos e africanos, dotada de ética impressionante e única em suas imagens não deve manchar sua memória com decisão que, manifestamente racista, de múltiplas facetas, expurga vereador sob acusação genérica e etérea de quebra de decoro parlamentar".
A Associação Juízes para a Democracia também manifestou textualmente que "calar a voz daquele que representa excluídos, perseguidos, injustiçados, cassar quem rejeita a marginalização, quem se rebela e grita contra crimes violentos não cabe na história de Curitiba".
O processo contra Renato Freitas foi instaurado após o vereador ter feito um ato na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em fevereiro de 2022. Objetivo da ação foi denunciar a violência contra pessoas negras. O templo de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos é uma construção datada do período colonial e foi erguida por negros escravizados.
Por cinco votos a dois, o Conselho de Ética da Câmara encaminhou a situação do vereador para os demais pares da casa. A votação em plenário ocorrerá nesta quinta-feira (19). O ofício encaminhado pela AJD pode ser acessado aqui.