Seminário RJ, 15 de agosto de 2008

Agencia Brasil de fato, 15 de agosto de 2008

Marcelo Salles, do Rio de Janeiro


A Justiça brasileira é lenta, seu acesso é desigual e suas decisões favorecem, via de regra, quem tem mais poder. Eis a conclusão do seminário “A Justiça que nós queremos”, organizado pela Associação Juízes para a Democracia, na sexta-feira 15 de agosto, na Escola de Magistratura do Rio de Janeiro.


Em depoimento emocionado sobre o assassinato de seu filho, Márcia Jacintho criticou o novo adiamento do julgamento dos policiais acusados. “Meu filho foi morto por aqueles que deveriam preservar sua vida. O julgamento dos PMs [marcado para 12 de agosto] foi adiado por uma manobra dos advogados”. Os assassinos de Henry estão impunes há seis anos.


O delegado de Polícia Orlando Zaccone, titular da 52a. DP, reconheceu a responsabilidade da polícia, que muitas vezes mascara as mortes com os chamados autos de resistência (morte em confronto). Mas lembrou que existe todo um sistema que garante o funcionamento dessa política de extermínio: “A polícia mata, mas quem enterra é o Judiciário”, disse, numa referência ao papel do juiz, único com poder para encerrar um inquérito (e os autos de resistência são inquéritos).