Remição Pela Educação

A Associação Juízes para a Democracia, que integra o Movimento Educar nas Prisões, compartilha com todos(as) que assinaram o manifesto “Remição pela Educação”, bem como com as demais entidades e pessoas que trabalham pela concretização dos direitos humanos, que, enfim, foi aprovada e sancionada a lei que trata da remição da pena pelo estudo (lei segue abaixo).

Essa lei é, efetivamente, um avanço na defesa dos direitos humanos, pois, embora muitos juizes já estivessem garantindo a remição da pena pelo estudo, outros não a admitiam, afirmando a inexistência de lei expressa sobre esse "direito", que, no entanto, encontrava guarida nos princípios constitucionais e de direitos humanos.

O Movimento foi pioneiro e importante porque agregou pessoas da área de educação, jurídica e direitos humanos, fortalecendo a luta.

Além do encaminhamento do Manifesto para todos os deputados, foram realizadas reuniões com o relator e com a deputada Iriny Lopes, bem como interlocução com a SAL, o que permitiu que o projeto inicial fosse acolhido e aprovado em quase toda a sua integralidade.

Agora, temos mais um instrumento para fortalecer a luta pela educação, que é um dos direitos humanos que devem ser garantidos a todos e todas.



Conselho de Administração da

Associação Juízes para a Democracia





PS: Confira o manifesto assinado pelas entidades e pessoas em 2006 e o texto jurídico - ambos encaminhados aos deputados: “Entidades pedem remição pela educação”, e “Solicitação aos deputados federais”.



Sobre a remição pelo estudo, LEIA os seguintes artigos publicado no jornal da AJD (site: http://www.ajd.org.br/)





- JORNAL Nº 21: Editorial, pg 1“Educação para os presidiários” e artigo de Paulo Eduardo de Almeida Sorci – pg 11: “Remição da pena pelo estudo – Sentença”





- JORNAL Nº 37: Texto, pg 4, “Educar nas prisões”





- JORNAL Nº 40: Artigo, pgs 10 e 11, “Mulheres Encarceradas e a CIDH”





- JORNAL Nº 46: Artigo, pgs 06 e 07, “Conclusões do III Encontro- A Mulher no Sistema Carcerário - A Saúde da Mulher no Sistema Carcerário”





Lei nº 12.433, de 29 de Junho de 2011

Altera a Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução Penal), para dispor sobre a remição de parte do tempo de execução da pena por estudo ou por trabalho.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Os arts. 126, 127, 128 e 129 da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução Penal), passam a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. § 1º A contagem de tempo referida no caput será feita à razão de:

I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três) dias;
II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho.

§ 2º As atividades de estudo a que se refere o § 1º deste artigo poderão ser desenvolvidas de forma presencial ou por metodologia de ensino a distância e deverão ser certificadas pelas autoridades educacionais competentes dos cursos frequentados.

§ 3º Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas diárias de trabalho e de estudo serão definidas de forma a se compatibilizarem.

§ 4º O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a beneficiar-se com a remição.

§ 5º O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de 1/3 (um terço) no caso de conclusão do ensino fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da pena, desde que certificada pelo órgão competente do sistema de educação.

§ 6º O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade condicional poderão remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de educação profissional, parte do tempo de execução da pena ou do período de prova, observado o disposto no inciso I do § 1º deste artigo.

§ 7º O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de prisão cautelar.

§ 8º A remição será declarada pelo juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa." (NR)

"Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar." (NR)

"Art. 128. O tempo remido será computado como pena cumprida, para todos os efeitos." (NR)

"Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará mensalmente ao juízo da execução cópia do registro de todos os condenados que estejam trabalhando ou estudando, com informação dos dias de trabalho ou das horas de frequência escolar ou de atividades de ensino de cada um deles.

§ 1º O condenado autorizado a estudar fora do estabelecimento penal deverá comprovar mensalmente, por meio de declaração da respectiva unidade de ensino, a frequência e o aproveitamento escolar.

§ 2º Ao condenado dar-se-á a relação de seus dias remidos." (NR)


Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 29 de junho de 2011; 190º da Independência e 123º da República.

DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardozo
Fernando Haddad



Publicação:

Diário Oficial da União - Seção 1 - 30/06/2011, Página 1 (Publicação Original)