Cumprindo a tradição que teve início em 1994, as associadas e associados da AJD escolheram para homenagear no ano de 2016, como exemplo de lutas em favor dos direitos humanos, Dom Pedro Casaldáliga, bispo da Prelazia de São Félix do Araguaia.
A entrega da homenagem deu-se na manhã do dia 30 de março de 2017, na própria São Félix. O conselheiro da AJD Jônatas Andrade representou a entidade, tendo entregue, ao homenageado, a gravura Voz Ativa, elaborada especialmente para a associação por Vera Suzuki.
Um exemplar dessa obra é sempre entregue aos homenageados da AJD, cuja imagem, pensada por Suzuki, representa a possibilidade de se dar voz aos historicamente excluídos, tal como o faz Casaldáliga. Encerrada a entrega, Jônatas Andrade assim descreveu sua visita ao homenageado:
“Amigxs, como dito alhures, uma honra inaudita entregar o prêmio AJD a Pedro; obrigado ao Conselho; obrigado a vocês! É assim que ele gosta de ser chamado: simplesmente Pedro, um bispo sem mitra homenageado por juízes sem toga. A fragilidade física contrasta com a monstruosidade de seu espírito inquebrantável. Um espanhol que recebeu a missão de organizar a Igreja onde ela não existia. Paulo VI o enviou. Inspirado na doutrina social da igreja tornou-se o "João Batista" dos Direitos Humanos na Amazônia e no Brasil; identificou e denunciou o trabalho escravo no Brasil em 1970, pleno regime de exceção; o país só reconheceu a prática 25 anos depois e a vista continua embaçada. O que seria da Amazônia sem esse Pastor? Estrangeiro, sempre ameaçado de morte e de expulsão, ainda enfrenta inimigos aos 90 anos por defender o direito dos Xavantes. Transmiti o abraço de todxs. Ele se emocionou quando referi que os juízes democráticos se inspiram no seu exemplo para resistir e vencer nos momentos de dificuldades. Nossos problemas se revelam pequenos diante do exemplo Casaldáliga, daí nossa homenagem. Espero revê-lo ainda uma vez em vida. É renovador!”
Dom Pedro Casaldáliga recebe a homenagem da AJD
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