No dia 10 de março passado, os juízes associados da AJD Ivo Hohn Junior e Douglas Martins visitaram os índios Gamela, na cidade de Viana, Maranhão. Tratou-se de uma visita oficial da AJD, a quem os magistrados representaram, estando ainda presentes uma militante do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), servidores da FUNAI, Defensoras Públicas estaduais, representante da Comissão de Direitos Humanos da OAB e da Pastoral da Terra, além da representante do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB).
Duante a visita, as lideranças Gamela relataram os fatos violentos ocorridos no último dia 30 de abril, quando vários índios saíram feridos, alguns gravemente. Também reclamaram que o Estado brasileiro já tentou enquadrá-los como trabalhadores rurais e quilombolas, mas nunca os aceitou como Índios Gamela.
De acordo com as mesmas lideranças, as sociedade os via “como uma coisa bonita que era pega na floresta e depois descartada”; “as pessoas gostaram do artesanato e da pintura, mas hoje dizem que não somos índios”.
Tais índios também contaram um pouco da história dos Gamela na região e da trajetória em busca do reconhecimento de seu território. Lembraram que muitos antepassados fugiram da localidade e buscaram abrigo em aldeias de outros povos indígenas; viram parentes irem embora e se espalharem pelas cidades, em busca de sobrevivência.
Por fim, as lideranças deixaram claro que agora os Índios Gamela se organizaram e irão recuperar a sua identidade cultural.
AJD visita índios Gamela no Maranhão
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